A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) deixou o Brasil nesta segunda-feira, 3 de junho de 2025, rumo à Itália, país do qual também possui cidadania. A saída do país ocorre em meio a uma série de reveses judiciais, incluindo uma condenação no Supremo Tribunal Federal (STF), a cassação do seu mandato pela Justiça Eleitoral e um pedido de prisão preventiva apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por envolvimento em um esquema de invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A condenação foi proferida pelo STF, que considerou a parlamentar culpada por crimes ligados ao uso indevido de sistemas públicos e práticas ilegais para manipular informações.

Em outro processo, a deputada também havia sido condenada por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. O caso remonta às vésperas do segundo turno das eleições de 2022, quando Zambelli perseguiu um homem negro em São Paulo com uma arma em punho. Por esse episódio, foi determinada uma indenização simbólica, além de punições de caráter penal.

No início de 2025, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) decidiu cassar seu mandato e a declarou inelegível por oito anos. A decisão teve como base a divulgação de informações falsas sobre o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas durante o pleito de 2022. Apesar de ter recorrido ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o julgamento ainda não havia sido finalizado até sua saída do país.

A deputada anunciou em redes sociais que se licenciaria do cargo e justificou sua ida à Itália dizendo que busca “garantias de um julgamento justo”. Ela alegou que é vítima de perseguição política e afirmou que pretende residir no exterior por tempo indeterminado.

Com a saída de Zambelli do Brasil e o risco de descumprimento das decisões judiciais, a PGR solicitou sua inclusão na lista de difusão vermelha da Interpol, o que pode levar à sua prisão fora do país. O caso deve gerar novos desdobramentos no cenário político, especialmente dentro do Partido Liberal, onde a deputada tinha forte influência.

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