A Justiça Federal aceitou três denúncias do Ministério Público Federal (MPF) e tornou réus 11 policiais militares do Amazonas, incluindo o ex-secretário de Segurança Pública do estado, coronel Louismar Bonates, e o ex-comandante-geral da Polícia Militar, coronel Airton Norte. Eles são acusados de envolvimento direto no chamado Massacre do Rio Abacaxis, ocorrido em agosto de 2020.
A operação, batizada de “Lei e Ordem”, foi deflagrada pela Polícia Militar e pela Secretaria de Segurança Pública à época para atuar na região entre os municípios de Borba e Nova Olinda do Norte, no interior do Amazonas. Durante a ação, oito pessoas foram mortas, entre elas dois indígenas da etnia Munduruku, uma família ribeirinha de quatro pessoas e outro morador tradicional. Um dos corpos nunca foi localizado.
Segundo o MPF, os crimes ocorreram sob o pretexto de combate ao narcotráfico, mas teriam sido motivados por vingança, após a morte de dois policiais e o ferimento de outros dois, dias antes da operação. As investigações apontam que as vítimas foram executadas sem chance de defesa, e seus corpos ocultados ou destruídos para evitar a responsabilização dos autores.
A Polícia Federal concluiu as investigações no dia 7 de maio de 2025 e indiciou 13 policiais militares. Desses, 11 se tornaram réus pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver, sequestro e cárcere privado.
Confira a lista dos réus:
- Louismar de Matos Bonates
- Ayrton Ferreira do Norte
- Valdemir Pereira Junior
- Thiago Dantas Pinto
- Pompílio Henrique de Lima
- Ézio Ranger Peres Pimentel
- Josias Seixas de Brito
- Jefferson Diógenes Castro de Souza
- Paulo Henrique Reis da Costa
- Jackson de Sousa Machado
- Aldo Ramos da Silva Junior
Além dos assassinatos, os militares também são acusados de praticar ameaças, tortura e invasões de domicílio durante a operação. O caso provocou forte reação de organizações indígenas e de direitos humanos, que cobram justiça e responsabilização das autoridades envolvidas.